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sábado, 23 de janeiro de 2010

Para começar o ano com pé direito: Familia, professor e escola: uma grande parceria (vínculos afetivos, limites e autoestima na aprendizagem)

Este texto é muito interessante, trata da importância em que escola e família devem ter na educação das crianças, quais os seus papeis distintos e ao mesmo tempo complementares. O texto  foi colaboração da professora Claudia Guimarães  do nosso  berçário. Obrigada Claudinha!

                      "A gente não cria paciência porque não acostuma com a criança". Ouvi a frase acima de um pai, ao tentar explicar porque ele tem tido dificuldade em educar sua filha, que passa o dia inteiro na escola. Justificava-se e propunha para a professora, a qual fica o dia inteiro com sua filha, impusesse os limites e as regras; e ele, que só a vê à noite, desse os carinhos e os mimos.
                       A professora argumentava que o trabalho educativo dos pais é insubstituível e indispensável. Ela estava pedindo ajuda dos pais para organizar a menina do ponto de vista doméstico, pois a escola necessitava deste trabalho.
                      Como mediadora, relembrei ao pai que a escola é uma grande parceira da família ou a família é uma grande parceira da escola. Tanto faz a ordem em que se coloque, pois o mais importante é que ambas cumpram com seu papel educador.
                    Tanto a família quanto a escola tem de visibilizar relações pautadas na afetividade e no adequado desempenho de papeis. Ao viverem ora como aluno, ora como filho, aprendem ar normas sociais e éticas e compreendem o seu lugar no mundo. Contudo, se os adultos se eximirem de sua tarefa educativa, como ele se construirá "sujeito" e como entenderá seu mundo e seu funcionamento?
                     O que uma família tem de fazer, nenhuma escola consegue substituir, por melhor que seja; o que a escola tem de fazer, as famílias não conseguem, mesmo sendo educadoras.
                       A família tem o papel de acolher a criança e promover individualização e pertencimento.
No convivio diário, nas conversas, na forma de proceder diante das rotinas do dia-a-dia é que a criança compreende os mitos, as crenças, os ritos da familia, assim como forma deles de viver e conviver.
                      A escola tem o papel de socializar o conhecimento e as relaçôes. Ela precisa promover um espaço educativo propicio ao risco de acertar e errar, de levantar hipótese, de discorrer o pensamento, enfim, um espaço de aprendizagem. Esse contexto é ora individual e ora coletivo, ora solitário, e ora participativo. Torna-se, portanto, fundamental o grupo, as trocas, as diferenças. Diante desse movimento, é fácil entender que o grupo funcionará regido por normas e por regras de funcionamento, colorido pelo tom e temperatura das relações afetivas.
                        A escola é uma instituição do dominio coletivo, dos grupos, das trocas e a familia é do dominio do mais reservado, do particular e do específico.
                        Tanto os pais quanto os professores devem ter clareza de que a afetividade, segundo teoria de Wallon, estudioso do psiquismo humano a partir de uma perpectiva genética, é construida a partir da qualidade das relações que a criança estabelece e é determinante para a construção da personalidade. Á medida que a criança vai crescendo e se desenvolvendo, vai ampliando sua capacidade relacional e afetiva. A afetividade se manifesta por meio das emoções e dos sentimento.
                         O que organiza as relações são os limites, as fronteirars relacionais que estabelecemos com as pessoas. Fronteiras nítidas desenvolverão relações adequadas e respeitosas. As difusas desenvolverão relações misturadas e caóticas. As rígidas desenvolverão relações distanciadas e autoritárias.
                      Portanto, necessitamos prestar atenção em como estabelecemos nossas relações. Promovendo autonomia? Ou simplesmente, controlanmos nossos alunos e filhos? Fazemos encaminhamentos? Damos-lhes regras? Ou fazemos tudo para encurta-lhes o caminho e não nos estressarmos?
Volto a afirmar que se viver fosse um jogo, seria um jogo de regras, no entanto, para se jogá-lo é preciso acreditar que vale a pena esse compartilhamento.
Só o amor não educa, mas não se educa sem amor!
Isabel Parolin - Revista Aprendizagem, ano 2, n. 6, maio/junho 2008

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